sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Museu dos corações partidos

Há uma certa beleza triste nos relacionamentos passados. Principalmente, ou ainda, unicamente se estes relacionamentos foram grandes amores. O que me chamou atenção no  Museum of Broken Relationships, na Croácia foi, além do tema, o fragmento que o site cita em sua primeira página:

 “Every passion, ultimately, has its spectator… (there is) no amorous oblation 



Esta é uma citação de um dos meus livros preferidos "Fragmentos de um discurso amoroso" de Roland Barthes. 
Além disso, o que atrai na temática do museu é que a ruptura é sempre um fantasma para aqueles que amam. Deus o livre nosso relacionamento atual, o qual amamos e desejamos ser eterno chegar ao fim. O próprio Barthes entrelaça este sentimento ao sentimento da Catástrofe "uma crise violenta da qual o sujeito amoroso experimenta a situação amorosa como um impasse definitivo," da qual jamais poderá sair sem que destrua a si mesmo.
Este quase luto, luto pelo outro, luto por si mesmo, pode ser verificado no museu. Ele funciona, ao meu ver, como um cemitério, onde objetos relacionados ao antigo relacionamento representam materialmente uma maneira de preservar a memória de um tempo que passou. Não para celebrar a saudade que se tem do outro, mas para representar uma identificação do próprio sujeito amoroso com uma fase de sua própria vida. 



A ideia foi da artista Olinka Vistika que, após o fim de uma história de amor, reuniu todos os objetos que representavam seu relacionamento e seu término.  Ela convidou amigos a fazerem o mesmo. 



Lá é possível encontrar cartas românticas, fotografias, anéis de compromisso, vestido de casamento, entre outros pertences.

Um veterano de guerra doou, por exemplo, a prótese de sua perna. Para ele, a prótese simbolizava sua história de amor com a enfermeira que cuidou dele. “A prótese durou mais do que o nosso amor. Aparentemente, era feita de um material melhor.”
Um celular velho traz o relato de um doador anônimo que diz: “Durou 300 dias, além do que deveria. Ele me deu seu telefone celular para que eu não pudesse chamá-lo mais”.

Pois é....

2 comentários:

  1. Olá, Janeide Trindade seguindo seu blog...
    Amei o blog, as peças e o post 'Corações Partidos' muito interessante! Bjim.
    http://agentegostaassim.blogspot.com/

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    1. Olá Neide! Obrigada pelos elogios, seu BLOG é ótimo também. Beijos

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