É uma delícia poder fazer projetos especiais. A oportunidade para isso depende do aparecimento de pessoas únicas, que fujam da mesmice e do gosto batido de sempre.
Este aí é um projeto personalizado que desenvolvemos. O resultado e o significado vocês podem ver a seguir.O escaravelho é feito em prata, lapis lazuli e quartzo rutilado.
<>Deus criador, de acordo com a cosmogonia de
Heliópolis, o deus-Sol era retratado sob várias formas, tais como um homem
barbado usando a coroa dupla do faraó, ou
um falcão. Outra destas formas era a de um
escaravelho ou a de um homem com um escaravelho no lugar da cabeça. Nesse caso o
bichinho simbolizava o deus Khepra (escaravelho, em egípcio) e sua função
era nada menos que a de mover o Sol, como movia a bolazinha de excremento que
empurrava pelos caminhos. Associados à idéia mitológica de ressureição, os
escaravelhos eram motivo freqüente das peças de ourivesaria achadas nos túmulos
egípcios.
><>
Esta forma que o deus sol assumia, ou seja, a
de Khepra, o escaravelho sagrado, era, por sinal, muito importante. O egiptólogo
Alan Shorter nos esclarece: esse inseto tem por hábito alimentar-se de um
grãozinho de esterco, que ele fica revolvendo entre as pernas até escavar no
chão um buraco para devorá-lo.
Os egípcios, confundindo esse grão
usado para a alimetação com o grão de esterco, em formato de pêra, sobre o qual
a fêmea punha o seu ovo e que ficava enterrado no solo até a época do choco,
viam no escaravelho um símbolo do deus-Sol, que todos os dias, de leste a oeste,
rolava a sua esfera pelos céus. Da bolinha de esterco saía um inseto vivo,
aparentemente autoconcebido; do mesmo modo, a vida também fora criada pelo Sol,
sendo que o deus-Sol, criador de todas as coisas, era, como o escaravelho,
autoconcebido.
O velho escaravelho morre, mas do ovo que
fecundou sai outro escaravelho, como a alma se escapa da múmia e sobe para o
céu. Assim, o inseto era, para os egípcios, o símbolo da vida que se renova
eternamente a partir de si mesma.
>
<>
Aquele que em vida trouxesse consigo uma imagem
do escaravelho garantia, de certa forma, a persistência no ser e aquele que
levasse essa imagem para a tumba tinha certeza de renascer para a vida. O
escaravelho era, assim, o amuleto preferido de vivos e mortos. Os guerreiros,
por exemplo, traziam um brilhante escaravelho gravado no selo de seus anéis.
Segundo o historiador grego Plutarco (c. 50 a 125 d.C.), os egípcios acreditavam
que essa espécie não possui fêmeas, todos são machos e, assim, o escaravelho
designava o homem macho ou valoroso. No Império Médio (c. 2040 a 1640 a.C.) os
peitorais e colares ornados com escaravelhos eram o orgulho das damas nobres.
Alguns eram admiráveis. Na figura a baixo , nesse colar bastante complexo, em
ouro decorado de lápis-lazúli, cornalina e outras pedras semi-preciosas,
encontrado no túmulo de Tutankhamon e exposto hoje em dia no Museu Egípcio do
Cairo, o deus solar Khepra aparece nada menos do que cinco vezes sob o aspecto
de um escaravelho. Falcões formam a extremidade superior do colar enquanto que
cobras, simbolizando os dois países, constituem o fecho da jóia. O grande
escaravelho da parte inferior da peça é representado como o mestre da barca
solar.
><>
>
<>Os ESCARAVELHOS destinados aos mortos têm sua
face inferior tratada com o maior realismo. Geralmente são
escaravelhos-corações, amuletos de pedra dura que eram depositados no
lugar do coração, no peito da múmia. Muitas vezes o escaravelho está incrustado
numa moldura retangular, fixada sobre o peito do morto. Tais amuletos foram
encontrados também no tórax de certos animais sagrados. O que vemos a baixo é
feito de rocha parda e mede 8,6x6,1 cm e 3,2 cm de espessura. Datado do Império
Novo (c. 1550 a 1070 a.C.), sua proveniência é desconhecida e pertence ao Museu
do Louvre. Está circundado de ouro e nele ainda se vê um fragmento de alça de
metal que servia para pendurá-lo no pescoço da múmia. Pertenceu, conforme diz a
inscrição, a um marinheiro do rei, de nome Imenneb.
>